Um turista norte-americano morreu após participar de um ritual com ayahuasca em um retiro espiritual na região de Loreto, na Amazônia peruana
Redação Publicado em 07/06/2025, às 10h00
O turista norte-americano Aaron Wayne Castranova, de 41 anos, morreu após participar de um ritual com ayahuasca em um retiro espiritual na região de Loreto, na Amazônia peruana. Segundo o laudo forense, divulgado pelo jornal britânico Daily Mail, a bebida desencadeou uma "falência multiorgânica" que resultou em sua morte.
Castranova, natural do Alabama, nos Estados Unidos, não teria informado aos organizadores do ritual que estava tomando antibióticos, o que pode ter agravado sua reação ao composto.
A cerimônia ocorreu no hostel La Casa de Guillermo ICONA, localizado na comunidade indígena de Santa Maria de Ojeda, conhecida por atrair turistas interessados em experiências espirituais com plantas psicoativas, informou o jornal.
A ayahuasca, uma mistura de cipó e folhas com alto teor de N-N-dimetiltriptamina (DMT) — substância alucinógena ilegal em vários países — é usada tradicionalmente por povos amazônicos para fins espirituais e medicinais. No entanto, especialistas alertam que seu uso pode causar efeitos severos, incluindo surtos psicóticos, danos neurológicos, e, em casos raros, morte.
O episódio reacende os alertas da Embaixada dos Estados Unidos no Peru, que desaconselha o uso de alucinógenos em rituais espirituais. De acordo com o site do órgão, turistas têm sido vítimas de crises físicas e mentais graves, além de abusos e violência, enquanto estavam sob o efeito da substância.
Casos semelhantes vêm se acumulando. Em 2024, a britânica Maureen Rainford, de 53 anos, morreu em um retiro na Bolívia após ingerir ayahuasca. Apesar das tentativas de reanimação, ela faleceu cerca de uma hora depois da ingestão, sem atendimento médico imediato. A família relatou que ela estava em boas condições de saúde antes da viagem.
Apesar dos riscos, o consumo da ayahuasca segue em alta: mais de 4 milhões de pessoas no mundo já relataram ter usado a substância, segundo dados do Centro Internacional de Educação, Pesquisa e Serviço Etnobotânico (ICEERS). Em 2019, foram 820 mil novos usuários.
