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Irmã favorita de Napoleão, Pauline Bonaparte já foi descrita como "a mulher mais bela de seu tempo" e "a melhor das criaturas vivas"; conheça!
Publicado em 07/06/2025, às 11h00
Um nome que praticamente dispensa apresentações é o de Napoleão Bonaparte. Ele foi um dos maiores líderes militares que o mundo já viu, com destaque especial durante a Revolução sa, e inclusive ascendeu como Imperador dos ses em 1804.
Porém, devido à sua fama tão grande, outras figuras próximas a ele acabaram ofuscadas ao longo da história. Por exemplo, poucos sabem que ele era o segundo mais velho de oito irmãos — todos estes que, embora hoje sejam pouco conhecidos, certamente obtiveram grande destaque quando Napoleão vivia seus dias de glória.
E entre eles, uma possui uma história especialmente interessante, marcada por uma série de controversas: Pauline. Uma das irmãs Bonaparte mais fascinantes em seu tempo, ela era a irmã favorita de Napoleão — que, inclusive, já a descreveu como "a mulher mais bela de seu tempo" e "a melhor das criaturas vivas".
Mas mesmo com a adoração de seu irmão, ela ficou amplamente conhecida na França não só pela família e por sua beleza, mas também por seus casos amorosos escandalosos, além de sua postura destoante com a maioria das mulheres do fim do século 18 e início do 19. Enquanto muitas faziam de tudo para preservar sua reputação, ela parecia abraçar sua fama, apesar de bastante controversa.
Filha de Carlo Bonaparte e Maria Letícia Bonaparte, Pauline nasceu no dia 20 de outubro de 1780 em Ajaccio, na Córsega, sendo a sexta de oito filhos. Carlo e Maria, vale mencionar, nessa época eram membros de uma pequena nobreza corsa, que se aliaram à França quando a Córsega buscou distanciamento do controle de Gênova.
Segundo o All That's Interesting, Maria Letícia era uma mãe muito rigorosa e severa, especialmente com suas filhas. Já Carlo, que trabalhava como advogado, foi descrito por Napoleão como um homem "muito apegado aos prazeres" — e, por conta dele, pode-se dizer que Pauline teve a quem puxar.
Com 11 anos de diferença entre si, Napoleão e Pauline não viveram muito tempo na mesma casa, visto que ele partiu para uma escola militar em Paris aos 15 anos, em 1784. Carlo, chefe da família, adoeceu e morreu com um câncer no estômago em 1785 — e, desde então, a vida dos Bonaparte ficou bem mais complicada.
Na Academia Militar Real de Paris, Napoleão foi discriminado por ser de origem italiana e membro da pequena nobreza, antes de conseguir chamar atenção de seus superiores. Além disso, ele expressava oposição pública ao governador da Córsega, onde sua família ainda vivia, o que tornou perigosa a permanência deles em sua terra natal. Por isso, eles acabaram fugindo da ilha em 1793, partindo para o sul da França.
Empobrecidos após perder seu lugar de privilégio em Córsega, os Bonaparte começaram a vida em Marselha, com antigos rumores relatando que as mulheres lavavam roupas em uma fonte pública para sobreviver. Porém, esse período difícil não durou muito.
Em pouco tempo, Napoleão começou a se destacar no exército com seu gênio tático e ambição que chamou atenção dos superiores, ascendendo cada vez mais militarmente. Em suas missões, viajou a regiões como a Itália, Malta, o Egito, e conquistou cada vez mais influência ao ponto de, aos 30 anos, tornar-se o Primeiro Cônsul da França. Em 1804, com 35 anos, se coroou Imperador da França.
Em paralelo, Pauline também cresceu, tornando-se uma bela jovem, que já ficou conhecida por socializar com vários dos companheiros de seu irmão. Porém, Napoleão reprovava muitos de seus relacionamentos, até que ela concordou em se casar com um homem em quem o irmão confiava: o general francês Charles Lecrlerc, em 1797 — ou seja, ainda antes de Napoleão se tornar imperador. Cerca de apenas um ano depois, Pauline deu à luz a Dermide, que seria o único filho do casal.
Em 1801, embora estivesse aproveitando do glamour de Paris, Pauline acompanhou seu marido em uma missão em Saint-Domingue (atual Haiti), na época uma colônia sa. Essa ilha, localizada do outro lado do mar, era onde era produzida grande parte do açúcar e do café que eram importados pela Europa, com mão de obra de trabalhadores escravizados.
Em Saint-Domingue, acontecia o que é considerado hoje a primeira revolta de escravos bem-sucedida da história, quando um ex-escravo chamado Toussaint Louverture se tornou líder revolucionário, comandando a população negra da colônia na exigência do fim da escravidão e independência da França. Foi nesse contexto que Napoleão decidiu enviar seu cunhado e outros cerca de 20 mil soldados para reprimir a revolta.
Embora inicialmente Pauline tenha relutado em se mudar, ela aproveitou bem seu tempo na colônia. Enquanto o marido comandava seu exército, além de ver muitos de seus soldados contraindo e perecendo à febre-amarela, Pauline se tornou basicamente a rainha da sociedade colonial. Nessa época, participou de inúmeras festas na ilha, e também ficou conhecida por ter casos com vários soldados de baixa patente.
Sua vida também não era pura luxúria e diversão. Ela também demonstrava compaixão pelas pessoas que adoeciam, e auxiliava nos tratamentos, com um hospital de campanha improvisado que montou em sua própria casa.
Porém, essa experiência foi breve: logo no ano seguinte ao que chegou à ilha, em 1802, Leclerc contraiu febre-amarela e morreu. Com apenas 22 anos e um filho pequeno, Pauline ficou viúva.
Após a morte do marido, Pauline não demorou para retornar à França, onde começou a gastar generosamente em joias e vestidos, alguns inclusive chamativamente transparentes. Ela se referia à própria beleza como uma espécie de "vantagem natural", e por isso também se concentrava em mantê-la o máximo possível — supostamente, ela se banhava em leite para "preservar sua pele branca".
Com isso, ela também chamou atenção de muitos homens, e não abandonaria a devassidão ao se tornar viúva. Ela chegou a ter um breve relacionamento com o ator François-Joseph Talma, e muitas críticas e fofocas começaram a correr sobre ela por toda a França — o que incomodava Napoleão, mesmo que ele adorasse sua irmã mais nova.
Por isso, Napoleão decidiu que a apresentaria ao Príncipe Camillo Borghese, da Itália, com quem ela poderia se casar e se estabelecer, sem prejudicar a própria reputação em Paris. Inclusive, em uma carta que enviou à irmã em 1804, Napoleão ordenou: "Partirá, então, para Roma. Distingue-se pela sua gentileza, pela sua bondade para com todos e pela sua extrema consideração pelas damas que são parentes e amigas da casa do seu marido. Conforma-te aos costumes do país, nunca desprezes nada, acha tudo belo, não digas 'em Paris, há melhor do que isso'".
Assim, Pauline se casou com Camillo Borghese, e se tornou princesa consorte de Sulmona e Rossano.
Embora tenha gostado do tempo no Caribe, Pauline não foi tão feliz em Roma. Pouco tempo após o casamento, em agosto de 1804, perdeu seu único filho, que tinha apenas seis anos. Além disso, supostamente seu marido era impotente — o que a levou a se relacionar com outros homens, desenvolvendo assim um romance com o nobre pintor Auguste de Forbin.
Isso culminou no episódio em que Pauline e Auguste fugiram juntos para a França, por um breve período. E Napoleão mais uma vez se intrometeu, oferecendo ao artista o título de Barão do Império, o que colocou um ponto final ao caso.
Napoleão chegou a repreender a irmã após isso: "Se persistir nesse tipo de vida, não conte comigo. Não a receberei novamente até que cesse os desentendimentos com seu marido. Chegue a um acordo com o príncipe e tente viver dignamente do meu nome e da sua linhagem".
Mas Pauline não ouviu o irmão, e, de volta à Itália, viveu vários casos amorosos, incluindo maestros e militares. Até que encontrou um amor ainda maior: pela arte. Tanto que ela foi imortalizada em uma escultura seminua, chamada 'Pauline Bonaparte como Vênus Victrix', esculpida pelo renomado artista Antonio Canova.
Essa peça chamou grande atenção, pois representava Pauline com seu torso nu, em uma forma bastante semelhante à do neoclassicismo; e rumores diziam que ela posou nua para o artista criar a obra.
Apesar da fama que conquistou com seus parceiros românticos e por satisfazer seus desejos materiais — que não a incomodava —, Pauline também era sempre conhecida por ser extremamente leal a seu irmão. Isso até mesmo quando ele foi forçado a abdicar do trono, e teve seu primeiro exílio em Elba. Inclusive, os dois eram tão próximos, que ela foi a única de seus irmãos a visitá-lo nesse período.
Além disso, ela também negociou diamantes de Borghese para financiar a última resistência militar de Napoleão em Waterloo, que culminou nele sendo destronado pela segunda vez, de maneira definitiva, em 1815. Ele morreu em exílio no dia 5 de maio de 1821, na Ilha de Santa Helena, devido a uma úlcera.
Pauline, por sua vez, morreu poucos anos depois, em 9 de junho de 1825, aos 44 anos — nessa época, já reconciliada com o ex-marido —, devido a um câncer. Porém, certamente deixou um legado bastante marcante na sociedade sa, sendo uma figura controversa mas, certamente, uma das mais leais que aram pela vida de Napoleão.
Irmã mais nova de Napoleão Bonaparte, Pauline foi certamente uma figura bastante chamativa na sociedade sa em seu tempo. Além de ser extremamente leal ao irmão, ela era amplamente reconhecida por sua beleza, mas também por vários comportamentos controversos para a sociedade de sua época, engajando-se em vários relacionamentos, sendo eternizada seminua em uma escultura e criando uma reputação não tão positiva.