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Após mais de duas décadas de buscas, um historiador conseguiu finalmente revelar a identidade da mulher que aparece em fotografia icônica de 1957
Robert Friedrichs, um historiador e cientista aposentado, dedicou-se durante mais de duas décadas à busca pela verdadeira identidade de uma mulher quase esquecida pela história: a dançarina que ficou conhecida como "Miss Bomba Atômica".
Tudo o que ele tinha no início era uma fotografia antiga — uma imagem em preto e branco na qual a jovem posava sorrindo, em um maiô com formato de nuvem de cogumelo, no deserto de Nevada. Não havia um nome completo, apenas um pseudônimo impresso sob a imagem: Lee A. Merlin.
A obsessão de Friedrichs, hoje com 81 anos, começou por volta do ano 2000, quando ajudava a preparar a inauguração do Museu Atômico de Las Vegas. Como membro fundador, esperava — contra todas as probabilidades — que a mulher da foto ainda estivesse viva e pudesse comparecer à abertura do museu.
De acordo com a AP, o que começou como uma simples curiosidade se transformou numa missão pessoal, que atravessaria décadas, resistindo ao tempo, às limitações dos arquivos e até à morte de alguns dos envolvidos na história.
O contexto por trás daquela imagem era tão curioso quanto sua protagonista. Entre 1951 e 1992, os Estados Unidos realizaram centenas de testes nucleares no deserto próximo a Las Vegas. As explosões acima do solo, com suas icônicas nuvens em forma de cogumelo, tornaram-se símbolo de uma era, misturando medo, fascínio e propaganda.
Em 1957, na tentativa de atrair turistas, um fotógrafo teve a ideia de unir o espetáculo nuclear ao glamour de Las Vegas. Fotografou a principal dançarina do Sands Hotel em trajes inspirados em uma explosão atômica — e assim nasceu a imagem de "Miss Bomba Atômica".
A imagem se tornaria icônica, ajudando a moldar a identidade de Las Vegas como um lugar de exageros e espetáculos. Mas, por mais famosa que fosse a foto, a mulher por trás dela permaneceu anônima. E Friedrichs se empenhou em mudar isso. Vasculhou arquivos de jornais, entrevistou dançarinas aposentadas, localizou o fotógrafo da sessão — Don English — e reuniu pilhas de anotações, pistas e nomes que não levavam a lugar algum.
Friedrichs não perdia o sono por causa disso, mas itiu que pensava no caso diariamente. Às vezes, ficava apenas olhando para a foto, tentando imaginar quem ela teria sido.
Então, no inverno ado, tudo mudou. Após dar uma palestra no Museu Atômico sobre sua busca, Friedrichs recebeu de um membro da plateia uma cópia de um obituário. Um detalhe chamou sua atenção: a mulher havia sido dançarina principal no Sands Hotel. Seu nome era Anna Lee Mahoney.
A verdade, enfim, veio à tona. Nascida em 14 de agosto de 1927, no Bronx, Mahoney havia treinado balé em Nova York antes de se apresentar em musicais sob o nome artístico Lee A. Merlin.
Em 1957, era a estrela do showroom Copa, no Sands — palco frequentado por grandes nomes como Frank Sinatra e Louis Armstrong. Depois da carreira artística, Mahoney tornou-se conselheira de saúde mental, casou-se, mudou-se para o Havaí e morreu em 2001, na Califórnia, vítima de câncer.
A fotografia que ela protagonizou, uma das mais requisitadas entre os milhões de imagens do acervo do centro de turismo de Las Vegas, já foi recriada por celebridades, apareceu em séries de TV e inspirou fantasias.
Mas, por anos, o nome da mulher por trás do sorriso seguia desaparecido — até que Friedrichs, com a ajuda de investigadores particulares, cruzou dados de nomes artísticos com registros do Seguro Social e comprovou que Lee A. Merlin era, de fato, Anna Lee Mahoney.
A história da busca será contada em uma exposição temporária no Museu Atômico de Las Vegas, com inauguração marcada para 13 de junho. "É sobre a Miss Bomba Atômica, sobre Anna Lee Mahoney", disse Joseph Kent, vice-diretor do museu, à AP. "Mas também é sobre a busca de Robert para descobrir sua verdadeira identidade."
Durante os anos de investigação, Friedrichs criou laços com outras figuras da história, como o próprio fotógrafo Don English, que faleceu em 2006. Antes da abertura oficial do museu, Friedrichs o levou para visitar o local. English levou consigo a mesma câmera com que tirou a famosa foto. Juntos, posaram ao lado de um recorte em tamanho real de "Miss Bomba Atômica".
O que o movia Friedrichs, vale destacar, não era apenas a curiosidade, mas a convicção de que havia algo faltando nos registros históricos. Para ele, encontrar o nome de Anna Lee Mahoney foi mais do que resolver um enigma: foi corrigir uma omissão que não deveria ter acontecido. "É como saber que alguém foi o primeiro presidente dos Estados Unidos, mas qual era o nome dele mesmo?", declarou.