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Fenômeno registrado pelas câmeras do rover Perseverance, da Nasa, foi descrito em artigo publicado nesta quinta-feira, 14, na revista Science Advances
Pesquisadores registraram pela primeira vez uma aurora diretamente da superfície de outro planeta. No dia 15 de março de 2024, uma intensa ejeção de gás e energia magnética emitida pelo Sol provocou auroras em várias regiões do Sistema Solar — e, em Marte, o fenômeno foi capturado pelas câmeras do rover Perseverance, da Nasa, que há quatro anos percorre o solo marciano em busca de amostras de rocha e vestígios de vida.
Os dados transmitidos pelo robô foram analisados por uma equipe internacional e reunidos em um artigo publicado nesta quinta-feira, 14, na revista Science Advances. Segundo a pesquisadora Elise Knutsen, uma das autoras do estudo, essa descoberta não só amplia o entendimento sobre auroras em ambientes extraterrestres, como também confirma que tais fenômenos poderão ser visíveis a olho nu por futuros astronautas em Marte.
Enquanto, na Terra, as auroras surgem da interação entre partículas solares e o campo magnético global do planeta, canalizadas para os polos, em Marte o processo é distinto: as partículas colidem diretamente com os gases atmosféricos, produzindo emissão de luz.
De acordo com o portal Galileu, a cor predominante observada, o verde, tem origem em átomos de oxigênio excitados, que emitem luz na faixa de 557,7 nanômetros. Embora essa emissão já fosse teorizada em Marte, acreditava-se que seria fraca demais para ser registrada da superfície.
Por não possuir um campo magnético global como o da Terra, Marte apresenta auroras distintas, como as chamadas auroras de partículas energéticas solares (PES), identificadas pela missão MAVEN, da Nasa, em 2014. Essas auroras ocorrem quando partículas extremamente energéticas do Sol colidem com a atmosfera marciana, desencadeando reações químicas que fazem o céu brilhar.
Apesar de a MAVEN já ter detectado esse tipo de aurora em luz ultravioleta a partir da órbita marciana, nunca se havia observado o fenômeno em luz visível a partir do solo. Aproveitando o atual pico do ciclo solar, a equipe preparou os instrumentos do Perseverance — como o espectrômetro SuperCam e a câmera Mastcam-Z — para registrar auroras visíveis diretamente da superfície marciana.
"O truque era escolher uma boa ejeção de massa coronal. Era ideal selecionar uma que acelerasse e injetasse muitas partículas carregadas na atmosfera", explica Knutsen. Com o apoio de análises em tempo real das erupções solares, os cientistas previram a chegada da tempestade e prepararam os instrumentos do rover para a captura.
O plano funcionou: poucos dias após o impacto da tempestade solar, o Perseverance registrou uma aurora verde uniforme no céu de Marte, com emissão exata de 557,7 nm. A equipe confirmou o fenômeno com apoio de dados da MAVEN e da missão Mars Express, da ESA (Agência Espacial Europeia).
"Este foi um exemplo fantástico de coordenação entre missões", afirmou Shannon Curry, cientista principal da MAVEN. "Todos nós trabalhamos juntos rapidamente para facilitar esta observação, e estamos muito felizes por finalmente termos conseguido uma prévia do que os astronautas poderão ver lá algum dia."
A análise integrada entre o Perseverance e os orbitadores confirmou que a emissão de luz partiu de partículas solares energéticas — a mesma origem da aurora verde terrestre. Isso reforça a probabilidade de que, um dia, humanos em Marte também possam testemunhar esse espetáculo celeste a olho nu.
"Nossas observações da aurora de luz visível do Perseverance confirmam uma nova maneira de estudar esses fenômenos, complementar ao que podemos observar com nossos orbitadores de Marte", destaca Katie Stack Morgan, cientista do projeto no Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa.
Para os pesquisadores, compreender melhor as auroras e os fatores que as provocam em Marte é essencial para garantir a segurança de futuras missões tripuladas ao planeta vermelho.