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Notícias / Mundo Animal

Novas pegadas geram dúvida sobre a origem dos répteis

Pegadas fossilizadas encontradas em rocha de 356 milhões de anos desafiam o que a ciência sabia sobre a origem dos amniotas

Felipe Sales Gomes, sob supervisão de Fabio Previdelli Publicado em 23/05/2025, às 19h00

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Estudo comparou pegadas às de outros répteis - Traci Klarenbeek
Estudo comparou pegadas às de outros répteis - Traci Klarenbeek

Por séculos, acreditou-se que os répteis modernos e seus ancestrais — os chamados amniotas — haviam surgido por volta de 318 milhões de anos, no que hoje é o território do Canadá. 

Mas novas pegadas fossilizadas descobertas no sudeste da Austrália sugerem que essa transição crucial da vida aquática para a terrestre pode ter ocorrido muito antes: há 356 milhões de anos.

A revelação, publicada em 14 de maio na revista Nature, está causando espanto na comunidade científica e levando a uma reavaliação completa da linha do tempo evolutiva dos vertebrados terrestres.

“Estou atônito”, declarou à CNN Per Erik Ahlberg, coautor do estudo e professor de biologia evolutiva na Universidade de Uppsala, na Suécia. “Uma única laje com pegadas, que uma pessoa consegue carregar, coloca em dúvida tudo o que pensávamos saber sobre quando os tetrápodes modernos evoluíram.”

Implicações

A laje foi encontrada por dois paleontólogos amadores, Craig Eury e John Eason, na região de Mansfield, no estado de Victoria. Nela, há dois conjuntos de pegadas com garras — características únicas dos répteis — que indicam que o animal caminhava plenamente em terra firme, possivelmente escalando árvores e cavando o solo. 

Segundo os pesquisadores, esse é o registro mais antigo já conhecido de um animal com garras, o que o torna o amniota mais antigo já identificado. A descoberta antecipa em até 40 milhões de anos o surgimento desse grupo de vertebrados, que inclui não apenas répteis, mas também aves e mamíferos. 

Esquema das análises realizadas - Long et. al

Isso sugere que as duas principais linhagens dos tetrápodes modernos — uma que deu origem aos anfíbios, e outra aos répteis e mamíferos — se separaram ainda no Período Devoniano, há cerca de 380 milhões de anos.

A implicação é profunda: os primeiros animais a se reproduzirem em terra, por meio de ovos com casca dura, já estavam presentes bem antes do que se imaginava. Esse tipo de reprodução — um marco na independência da vida em relação ao ambiente aquático — foi decisivo para a ocupação definitiva dos ambientes terrestres.

Esses eventos formam um episódio chave tanto na nossa própria ancestralidade quanto na história do planeta”, afirmou Ahlberg à CNN.

John Long, paleontólogo da Universidade Flinders e autor principal do estudo, estuda fósseis na região desde os anos 1980. Para ele, a laje encontrada representa o “santo graal” das pesquisas locais.

Muitos procuraram por tais rastros, mas nunca os encontraram — até que essa laje chegou ao nosso laboratório para ser estudada”, disse à CNN.

A Austrália, que no ado fazia parte do supercontinente Gondwana, agora surge como um possível berço dos primeiros amniotas. Até então, acreditava-se que esses animais haviam surgido em regiões que hoje compõem os continentes do norte da antiga Pangeia. O novo achado desafia essa ideia e redireciona a busca por fósseis primitivos para o hemisfério sul — incluindo América do Sul e África.

“O estudo amplia a perspectiva geográfica da origem dos amniotas”, afirma à rede Stuart Sumida, presidente da Sociedade de Paleontologia de Vertebrados dos EUA, em um artigo complementar ao estudo.

Para os cientistas, entender como e quando a vida saiu da água é essencial para compreender não apenas a evolução das espécies, mas também a própria história da Terra.