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Notícias / Paleontologia

Nova espécie de 'monstro' marinho do Cretáceo é identificada após 40 anos

Fósseis foram encontrados em 1988 pelo casal Michael e Heather Trask, às margens do rio Puntledge, na Ilha de Vancouver, Canadá

Felipe Sales Gomes, sob supervisão de Éric Moreira Publicado em 04/06/2025, às 16h00 - Atualizado em 06/06/2025, às 18h42

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Ilustração do Traskasaura sandrae - Divulgação/Robert O. Clark
Ilustração do Traskasaura sandrae - Divulgação/Robert O. Clark

Quase 40 anos após a descoberta dos primeiros fósseis, pesquisadores finalmente identificaram uma nova espécie de réptil marinho que habitou os oceanos há cerca de 85 milhões de anos. 

Nomeado Traskasaura sandrae, o animal pertence ao grupo dos elasmossauros — plesiossauros de pescoço longo amplamente registrados na América do Norte.

Os fósseis foram encontrados em 1988 pelo casal Michael e Heather Trask, às margens do rio Puntledge, na Ilha de Vancouver, Canadá. Na época, os fragmentos despertaram curiosidade.

Algum tempo depois...

Mas, apenas agora, com a recuperação de restos de pelo menos três indivíduos — incluindo o esqueleto bem preservado de um jovem exemplar — cientistas conseguiram confirmar que se tratava de uma espécie até então desconhecida. O estudo foi publicado recentemente no Journal of Systematic Palaeontology.

Medindo cerca de 12 metros de comprimento, o Traskasaura se destaca por um conjunto incomum de características: dentes pesados e robustos — ideais para esmagar presas como amonites — e uma estrutura de ombros jamais vista em outros plesiossauros, com as escápulas se abrindo para baixo. 

Seu pescoço era excepcionalmente longo, com pelo menos 36 vértebras preservadas e possivelmente mais de 50, conferindo grande mobilidade para caçar.

Segundo afirma no artigo o paleontólogo F. Robin O’Keefe, da Marshall University e autor principal do estudo, o Traskasaura apresentava uma estratégia de caça distinta: ao contrário de outros répteis marinhos que atacavam presas próximas à superfície, este animal mergulhava de cima para baixo, surpreendendo seus alvos no fundo do mar.

Essa habilidade era auxiliada por nadadeiras com formato semelhante ao de asas de avião invertidas, adaptadas para gerar força de sustentação durante os mergulhos.

A identificação da nova espécie só foi possível graças à análise detalhada do esqueleto juvenil recentemente escavado, que confirmou traços anatômicos até então considerados anômalos no exemplar adulto. A combinação de traços primitivos e avançados revelou um elo importante na evolução dos elasmossauros.

O nome Traskasaura é uma homenagem aos descobridores do fóssil, enquanto sandrae reconhece Sandra Lee O’Keefe, falecida após uma longa batalha contra o câncer de mama.

Apesar de seu tamanho, o Traskasauranão era o predador supremo dos mares cretáceos — gigantes como os mosassauros provavelmente estavam acima na cadeia alimentar. Como tantas outras criaturas da época, ele desapareceu na extinção em massa de 66 milhões de anos atrás, provocada pela queda de um asteroide.

Em 2018, o elasmossauro foi eleito símbolo oficial dos fósseis da Colúmbia Britânica em votação pública, recebendo 48% dos votos. Hoje, os ossos estão em exibição no Museu e Centro de Paleontologia de Courtenay, atraindo visitantes e estudiosos fascinados pela rica e bizarra fauna que um dia nadou nos mares do Cretáceo.

“O que hoje é uma região conhecida por baleias e leões-marinhos já foi lar de criaturas verdadeiramente alienígenas”, resume O’Keefe ao periódico científico.