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Notícias / Plutão

A curiosa teoria sobre Plutão que foi confirmada pelo telescópio James Webb

Missão complementa trabalho iniciado pela sonda New Horizons, que ou por Plutão e sua maior lua, Caronte, revelando um mundo muito ativo

Felipe Sales Gomes, sob supervisão de Fabio Previdelli Publicado em 06/06/2025, às 16h10

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Imagem meramente ilustrativa - Getty Images
Imagem meramente ilustrativa - Getty Images

Novas observações feitas com o Telescópio Espacial James Webb (JWST) revelaram que a atmosfera de Plutão é ainda mais exótica e intrigante do que se imaginava

O estudo, publicado na revista Nature Astronomy, aponta que o comportamento atmosférico do planeta anão é diferente de qualquer outro corpo celeste conhecido no Sistema Solar. As descobertas se baseiam em dados coletados entre 2022 e 2023 pelo JWST, da NASA.

A missão complementa o trabalho iniciado em 2015 pela sonda New Horizons, que ou por Plutão e sua maior lua, Caronte, revelando um mundo surpreendentemente ativo, com uma superfície variada e uma atmosfera envolta por camadas de névoa. Aquelas imagens mudaram a visão da comunidade científica, que antes via Plutão apenas como uma bola de gelo distante.

Agora, as observações mais recentes mostram que a névoa atmosférica de Plutão — composta por partículas de nitrogênio, metano e monóxido de carbono — não apenas está presente, como tem papel central no controle da temperatura do planeta

Diferente de outros corpos celestes, onde os gases são os principais reguladores térmicos, em Plutão, são essas partículas suspensas que aquecem e esfriam conforme se movimentam verticalmente na atmosfera.

"Ideia maluca"

A hipótese de que essa névoa pudesse ser responsável pelo resfriamento da atmosfera de Plutão surgiu em 2017, proposta pelo astrônomo Xi Zhang, da Universidade da Califórnia.

À época, muitos consideraram a ideia improvável. No entanto, Zhang acreditava que seria possível detectar uma radiação infravermelha intensa se sua teoria estivesse correta — algo que apenas um instrumento poderoso como o JWST poderia confirmar.

Inspirada por essa proposta, uma equipe liderada pelo astrônomo Tanguy Bertrand, do Observatório de Paris, decidiu colocar a ideia à prova. Usando o instrumento MIRI (Instrumento Médio Infravermelho) do JWST, os pesquisadores observaram Plutão com alta precisão. E o resultado confirmou a hipótese de Zhang: a névoa realmente atua como principal agente de equilíbrio térmico do planeta.

Para Zhang, o momento foi especial. Em comunicado, ele destacou a raridade de ver uma teoria ser testada e validada em apenas seis anos. “Foi uma combinação de sorte e um grande avanço para a ciência planetária”, afirmou à Nature.

Enquanto Plutão apresenta essa atividade atmosférica complexa, sua lua Caronte oferece um contraste marcante. Quase sem atmosfera, Caronte pode, eventualmente, liberar gases de forma sazonal, mas sem a mesma dinâmica intensa de Plutão.

Durante as observações, o JWST mediu a radiação térmica emitida por Plutão em diferentes comprimentos de onda — entre 4,9 e 27 mícrons — o que permitiu aos cientistas entender melhor as variações de temperatura conforme o planeta gira e as estações mudam. Com isso, foi possível calcular a capacidade de cada região de reter calor, refletir luz solar e acumular gelo.

Planeta gelado

Uma das descobertas mais fascinantes foi a constatação de que o gelo em Plutão não é estático. Ele se move com as estações e pode até ser transferido para Caronte — um tipo de migração de gelo entre corpos celestes que nunca havia sido observado no Sistema Solar.

Segundo Xi Zhang, estudar o comportamento atmosférico de Plutão pode oferecer pistas sobre os primeiros estágios da Terra. No ado remoto, nosso planeta também tinha uma atmosfera rica em nitrogênio e hidrocarbonetos, semelhante à atual composição de Plutão.

Essas descobertas reforçam a importância de estudar os confins do Sistema Solar. Plutão, que já foi considerado apenas um ponto gelado e inerte, hoje se mostra um laboratório natural para entender dinâmicas atmosféricas complexas — e, talvez, até o próprio ado da Terra.