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Estudo recente pode ter finalmente desvendado mistério em torno de "cérebro de vidro" encontrado em Herculano, destruída com Pompeia em 79 d.C.
Publicado em 05/03/2025, às 19h00 - Atualizado em 07/03/2025, às 07h00
Em 79 d.C., ocorreu na costa da atual Itália o que ficou marcado como uma das maiores catástrofes naturais já sofridas pela humanidade. Em agosto daquele ano, o Monte Vesúvio entrou em erupção e devastou as duas cidades romanas de Pompeia e Herculano, soterrando não só os habitantes, como as cidades em si em cinzas e pedras-pome.
No século 18, muitas histórias das vítimas foram redescobertas, desde então, as cidades resultam em inúmeras descobertas impressionantes.
Isso porque, soterradas pelo material vulcânico expelido pelo Vesúvio, essas cidades "congelaram" no tempo, preservando objetos de estudo arqueológico.
Em Pompeia, por exemplo, já foram escavadas estruturas, residências, mosaicos e afrescos, que permitem entender a cultura e sociedade da época. Já em Herculano, chamou bastante atenção nos últimos anos um papiro carbonizado que supostamente pode ter revelado o local de sepultamento do filósofo grego Platão.
Isso sem mencionar, é claro, as incontáveis "estátuas" que se formaram a partir dos restos mortais das vítimas do Vesúvio, principalmente em Pompeia.
Porém, na década de 1960, em Herculano, chamou atenção a descoberta de restos de um indivíduo que, aparentemente, teve seu cérebro transformado em vidro no momento de sua morte. Entenda o caso!
A surpresa se devia principalmente ao fato de que não se esperava que os fluxos piroclásticos de fragmentos de rocha, cinzas e gás que o enterraram tenham sido quentes o suficiente, nem mesmo resfriados rápido o suficiente, para que isso acontecesse. Porém, um estudo publicado na última quinta-feira, 27, no periódico Scientific Reports, pode ter solucionado o mistério.
O primeiro estudo que descreveu a descoberta e hipótese foi publicado em 2020 no The New England Journal of Medicine, feito a partir de uma amostra do material. No entanto, os críticos pontuaram que poderia sequer haver tecido cerebral capaz de comprovar a teoria.
No estudo mais recente, porém, são fornecidas novas evidências, incluindo análises microscópicas de restos de células cerebrais, que os autores sugerem ser tecido cerebral vitrificado, explica o Live Science.
Para descobrir o que aconteceu com o cérebro, os pesquisadores se basearam no estudo de fragmentos de carvão encontrados próximos dos restos do homem que morreu em Herculano.
Em Herculano, encontramos fragmentos de carvão que aram por múltiplos eventos [de aquecimento] e as temperaturas mais altas foram associadas à nuvem de cinzas superaquecidas inicial", explica o principal autor do estudo, o geólogo e vulcanologista da Universidade Roma Tre, na Itália, Guido Giordano, ao Live Science.
Além disso, vale mencionar que já é sabido por especialistas que essas nuvens de cinzas que se formaram em erupções vulcânicas recentes — como a erupção do Monte Unzen, no Japão, em 1991, ou a erupção do vulcão Fuego, na Guatemala, em 2018 — apresentaram fluxos piroclásticos, ou seja, nuvens quentes e em alta velocidade transportando pouco material vulcânico.
Acontece que, como as nuvens de cinzas iniciais continham pouco material vulcânico, era imaginado que teriam impacto físico menor, segundo Giordano. Porém, essas nuvens podem ser fatais, principalmente, por suas temperaturas elevadas — no estudo, os pesquisadores estimam que a nuvem de cinzas inicial que cobriu Herculano podia ter mais de 510 graus Celsius.
O homem a quem pertenceu o cérebro de vidro, vale destacar, provavelmente morreu deitado em uma cama, em um prédio do Collegium Augustalium, instituição cívica de Herculano.
Logo, ele teria sido rapidamente atingido pelo fluxo piroclástico que, após ar, esfriou rápido o suficiente ao ponto de, para a surpresa de quase dois milênios depois, vitrificar aquele cérebro.
Por fim, vale destacar que o estudo ainda é motivo de discussão na comunidade científica e arqueológica.
São debatidas a origem do material analisado e até se o fluxo piroclástico teria a capacidade de vitrificar o cérebro daquele homem.
Mais estudos ainda devem ser realizados, a fim de descobrir mais sobre esse misterioso achado proveniente da devastação do Vesúvio.