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Durante uma aula de História sobre o Holocausto, um professor mencionou o nome "Rudolf Höss" — o comandante do campo de extermínio de Auschwitz
Foi ainda na sétima série, na escola de Stuttgart, na Alemanha, que Kai Höss teve sua vida marcada para sempre. Durante uma aula de História sobre o Holocausto, um professor mencionou o nome "Rudolf Höss" — o comandante do campo de extermínio de Auschwitz, responsável pela morte de 1,1 milhão de pessoas, a maioria judeus, durante a Segunda Guerra Mundial.
Intrigado, Kai correu para casa e perguntou à mãe se havia alguma ligação com aquele nome sombrio. A resposta foi um choque: Rudolf era seu avô.
"Simplesmente senti vergonha", recordou Kai em entrevista ao New York Post. Sua história agora ganha destaque em um documentário lançado este ano, já indicado ao Emmy.
Rudolf Höss foi um dos principais executores da chamada "solução final" nazista. Sob seu comando, Auschwitz se tornou o maior símbolo do horror do Holocausto. Prisioneiros eram levados às câmaras de gás sob o pretexto de tomar banho, onde eram assassinados com o uso do Zyklon-B.
Após o fim da guerra, Höss foi capturado em 1946, confessando ter matado até 2 mil pessoas por hora. Foi enforcado em 1947, no próprio campo onde comandara os crimes.
Hoje com 63 anos, Kai vive ainda em Stuttgart e atua como pastor cristão. Ciente da herança sombria de seu sobrenome, ele transformou a vergonha em missão. Em visitas a sinagogas na Europa, Estados Unidos e, em breve, Austrália, Kai compartilha sua história visando promover a reconciliação, educar sobre o Holocausto e combater o antissemitismo:
"Nosso nome virou sinônimo de crimes indescritíveis, atrocidades, Holocausto e ódio", desabafou ao NY Post. Ele acredita que, adas oito décadas do fim da guerra, uma cultura moderna permeada por violência virtual e superficialidade contribuiu para a dessensibilização das novas gerações.
É preciso trazer as pessoas de volta para que vejam o que realmente aconteceu. Podem conhecer os dados e fatos, mas precisam também sentir, se comover”, conclui Kai.
A revelação do ado familiar foi um trauma também para a mãe de Kai, Irene. Ela só soube dos crimes do sogro cinco anos após se casar com Hans-Jürgen Höss, filho de Rudolf. O marido preferiu ignorar o assunto, tratando-o como algo do ado, mas o silêncio pesou sobre o casamento.
O relacionamento terminou quando Kai estava na casa dos 20 anos. Hans-Jürgen saiu de casa para viver com outra mulher. Em um episódio de fúria e desespero, Irene o atacou com um abridor de cartas em forma de punhal que havia pertencido ao próprio Rudolf. “A tristeza da minha mãe virou ira. Ela quase o matou”, contou Kai.
No documentário, momentos de confronto e reconciliação ganham destaque, como o encontro entre Kai, seu pai e Anita Lasker-Wallfisch — sobrevivente de Auschwitz — e sua filha, Maya. Um gesto simbólico e poderoso de diálogo entre gerações e lados opostos da história.