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Notícias / Arqueologia

Tatuagens faciais raras são descobertas em múmia sul-americana de 800 anos

Novo estudo em múmia feminina revela informações inéditas sobre práticas de tatuagem na América do Sul dos tempos antigos

Éric Moreira
por Éric Moreira

Publicado em 22/05/2025, às 09h00

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Fotografias mostrando tatuagens em bocheca direita da múmia - Divulgação/Journal of Cultural Heritage/Mangiapane et al.
Fotografias mostrando tatuagens em bocheca direita da múmia - Divulgação/Journal of Cultural Heritage/Mangiapane et al.

Uma nova descoberta feita por pesquisadores do Museu de Antropologia e Etnografia da Universidade de Turim, na Itália, oferece novos dados sobre como era a prática de tatuagens na América do Sul no ado. Para o estudo, foram identificadas tatuagens no rosto e no pulso de uma múmia feminina de 800 anos — que não se sabe exatamente onde foi encontrada —, com padrões nunca antes vistos em registros arqueológicos.

Conforme repercute o Archaeology News, acredita-se que a múmia, que está no museu italiano há quase um século, seja andina. Porém, por mais que a filiação cultura e procedência sejam desconhecidas, sua deposição no sepultamento — em posição ereta e flexionada, envolta em camadas de tecido — sugere que ela foi enterrada em um fardo funerário tradicional andino.

Segundo o estudo, publicado no Journal of Cultural Heritage, a datação por radiocarbono das roupas coladas em seu corpo a situa em algum período entre 1215 e 1382, mas certamente o mais notável sobre a múmia são as tatuagens, descobertas mais recentemente com a ajuda de técnicas avançadas de imagem.

Embora algumas delas já fossem vistas a olho nu, agora os pesquisadores utilizaram imagens coloridas artificialmente em infravermelho e com reflectografia em infravermelho, tornando visíveis padrões de tinta ocultos. Com isso, foram reveladas três linhas retas em suas bochechas, que iam da boca até a orelha, e um padrão em forma de S em seu pulso.

Imagens com detalhes das tatuagens da múmia / Crédito: Divulgação/Journal of Cultural Heritage/Mangiapane et al.

Tatuagens raras

Os pesquisadores destacam no estudo que, nas culturas andinas, tatuagens faciais eram relativamente raras, em especial nas bochechas. "As três linhas de tatuagem detectadas são relativamente únicas: em geral, marcas na pele do rosto são raras entre os grupos da antiga região andina e ainda mais raras nas bochechas", escrevem.

Além disso, a tatuagem identificada no pulso, embora já seja localizada em uma posição mais tradicional, é descrita como excepcionalmente simples e distinta de quaisquer outros desenhos encontrados de sua época.

Imagens com detalhes das tatuagens da múmia / Crédito: Divulgação/Journal of Cultural Heritage/Mangiapane et al.

Outro destaque no estudo é, além da forma, a composição das tatuagens: a partir de técnicas modernas, os cientistas descobriram que o pigmento utilizado era composto por magnetita, um mineral com alto teor de ferro, combinado com silicatos de piroxênio. O pigmento preto mais comum em tatuagens desde a antiguidade é o carvão vegetal, que é totalmente ausente nesse caso.

"Até onde os autores sabem, o uso de um pigmento preto feito de magnetita para tatuagens ainda não foi relatado em múmias sul-americanas", observam os pesquisadores no estudo. Eles também acrescentam que o detalhe da identificação de piroxênios em pigmentos de tatuagens é ainda mais raro.

Agora, apesar do trabalho minucioso, os pesquisadores ainda não têm certeza sobre os propósitos das tatuagens. A visibilidade sugere alguma função comunicativa ou decorativa, mas não há qualquer paralelo cultural reconhecido.