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Notícias / Tsunami

Âmbar pré-histórico no Japão revela indícios de tsunami da era dos dinossauros

Estudo propõe que o âmbar, além de conter material orgânico fossilizado, também pode servir como registro sensível ao tempo de eventos geológicos

Felipe Sales Gomes, sob supervisão de Fabio Previdelli Publicado em 15/05/2025, às 17h00

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Imagem meramente ilustrativa - Getty Images
Imagem meramente ilustrativa - Getty Images

Cientistas descobriram indícios de um antigo tsunami ocorrido há aproximadamente 115 milhões de anos no território que hoje corresponde ao norte do Japão. A revelação veio de uma fonte incomum: amostras de âmbarresina fossilizada de árvores — deformadas de maneira particular, o que sugere que restos vegetais foram rapidamente arrastados da terra firme para o oceano e afundaram no mar. 

As conclusões foram publicadas nesta quarta-feira, 15, na revista científica Scientific Reports. Tradicionalmente, os pesquisadores analisam sinais de tsunamis ados com base em evidências geológicas costeiras, como rochas fossilizadas deslocadas para longe de sua origem ou mudanças abruptas nos depósitos de sedimentos. 

No entanto, essas evidências podem ser confundidas com marcas deixadas por tempestades severas, o que dificulta a diferenciação entre os dois tipos de evento.

Novidades

No novo estudo, os cientistas recorreram a um método alternativo. Eles analisaram amostras de âmbar encontradas na Pedreira Shimonakagawa, localizada em Hokkaido, no norte do Japão. 

Os depósitos datam de um período entre 116 e 114 milhões de anos atrás, quando a área era fundo do mar. Utilizando uma técnica de fluorescência com luz ultravioleta, a equipe observou estruturas internas do âmbar que se assemelham às chamadas "estruturas de chama" — formações que ocorrem quando sedimentos moles se deformam antes de endurecer, criando padrões ondulados que se projetam entre camadas de lama.

Segundo os pesquisadores, esse tipo de deformação indica que o âmbar foi repentinamente arrastado da terra para o oceano, sem tempo de ser exposto ao ar e endurecer, sendo posteriormente enterrado por sedimentos e preservado por milhões de anos. Essa dinâmica sugere um evento de transporte violento e súbito — como um ou mais tsunamis.

Identificar tsunamis é geralmente desafiador, e não ficou imediatamente claro que tsunamis estivessem por trás das amostras incomuns de âmbar", explicou a paleontóloga Aya Kubota, da Universidade Chuo, em Tóquio, coautora do estudo, em entrevista à Live Science.

Segundo ela, foi a combinação entre análises detalhadas em campo e as características internas do âmbar que permitiu chegar à conclusão. Outros indícios reforçam a hipótese.

A mesma camada de sedimentos contém sinais de um deslizamento de terra, provavelmente causado por um terremoto, além de grandes pedaços de lama e troncos de árvores preservados no fundo do mar.

Essas evidências indicam um transporte rápido e em larga escala de material vegetal, algo que uma tempestade convencional dificilmente causaria. Se os troncos tivessem se acumulado lentamente ao longo do tempo, por exemplo, mostrariam sinais de erosão — o que não foi observado.

O estudo propõe que o âmbar, além de conter insetos e material orgânico fossilizado, também pode servir como registro sensível ao tempo de eventos geológicos extremos. 

"A resina oferece um retrato raro e sensível ao tempo dos processos deposicionais", afirmou Kubota. Ela destacou ainda o potencial do que chamou de "sedimentologia do âmbar", um campo emergente que pode fornecer novas perspectivas sobre como compreender os registros de tsunamis no ado profundo da Terra.

A pesquisa também reforça a importância de expandir a busca por vestígios de tsunamis além das zonas costeiras. Investigar o fundo do mar e materiais fósseis como o âmbar pode revelar capítulos ainda desconhecidos da história geológica do planeta — e, quem sabe, ajudar a prever futuros riscos naturais.