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Pesquisadores investigam as reais motivações para a mumificação no Egito Antigo
Éric Moreira, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 27/11/2022, às 10h00
Desde a descoberta das primeiras múmias egípcias, sempre foi tomado como certeza pelos arqueólogos que o processo de mumificação, feito propositalmente e de maneira ritualística, tinha como objetivo principal preservar o corpo do morto, para que ele tivesse um positivo pós-vida.
Porém, uma exposição de museu em Manchester, que deve iniciar no começo de 2023, indica que a mumificação nunca teve esse objetivo, a princípio. Em vez de preservar o corpo, uma nova pesquisa aponta que o processo ritualístico era, na verdade, uma maneira de guiar o falecido em direção à divindade.
De acordo com o Live Science, pesquisadores do Museu de Manchester da Universidade de Manchester, na Inglaterra, pretendem destacar na futura exposição 'Golden Mummies of Egypt' o equívoco histórico, de que a mumificação servia para preservar os corpos, e a real motivação para o ritual. Esse novo entendimento sobre o propósito pretendido da mumificação essencialmente derruba muito do que é ensinado aos alunos sobre múmias.
De acordo com Campbell Price, curador do museu do Egito e do Sudão, o equívoco na compreensão da razão pela qual algumas pessoas eram mumificadas no Egito Antigo se iniciou dentro do próprio Ocidente, a partir de conclusões de pesquisadores vitorianos. Eles pensavam que a mumificação tinha como função principal preservar os corpos, pois o método era muito semelhante à forma como costumavam preservar peixes: com sal.
A ideia era preservar o peixe para comer no futuro", conta Price. "Então, eles presumiram que o que estava sendo feito no corpo humano era o mesmo que o tratamento para os peixes."
Na verdade, a substância salgada utilizada pelos egípcios era diferente do sal que conhecemos: conhecido como natrão, o mineral era uma mistura de carbonato de sódio, bicarbonato de sódio, cloreto de sódio e sulfato de sódio e também era facilmente encontrado nos leitos dos lagos perto do Nilo. "Também sabemos que o natrão era usado em rituais de templos [e aplicado a] estátuas de deuses", acrescenta o pesquisador.
Outro material relacionado a deuses no Egito Antigo era o incenso, que também servia como presente para os deuses. "Veja o incenso e a mirra — eles estão na história cristã de Jesus e foram presentes dos três reis magos", disse Price. "Na história egípcia antiga, descobrimos que eles também eram presentes apropriados para um deus."
Mesmo a palavra para incenso no egípcio antigo era 'senetjer' e significa literalmente 'tornar divino'. Quando você está queimando incenso em um templo, isso é apropriado porque é a casa de um deus e torna o espaço divino. Mas então, quando você está usando resinas de incenso no corpo, você está tornando o corpo divino e um ser divino. Você não está necessariamente preservando isso."
Os egiptólogos vitorianos, por sua vez, também acreditavam que os mortos egípcios tinham a crença de que precisariam de seus corpos na vida pós-morte, o que acabou acrescentando mais credibilidade ao mal-entendido sobre a mumificação. "Não ajudou que houvesse uma obsessão biomédica nascida das ideias vitorianas sobre a necessidade de seu corpo completo na vida após a morte", explica Campbell Price.
Acho que na verdade tem um significado um pouco mais profundo... e é basicamente transformar o corpo em uma estátua divina porque a pessoa morta foi transformada", finaliza o pesquisador sobre a ideia por trás da mumificação.