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Por decisão da Justiça egípcia, o marinheiro sírio teve de permanecer anos isolado em uma embarcação sem combustível e energia elétrica
Em julho de 2017, o navio MV Aman foi detido no porto egípcio de Adabiya, uma vez que os documentos da embarcação haviam expirado.
Para piorar, nela não se encontravam nem os donos, nem ao menos o capitão, o que fez com que a justiça considerasse o oficial chefe do navio como seu responsável legal. É assim que começa a longa e angustiante história de Mohammed Aisha.
Como responsável pelo Aman, o marinheiro sírio estava impedido de deixá-lo até que a situação do navio fosse resolvida.
O problema, era que os operadores libaneses não haviam pagado pelo combustível e os donos, que eram do Bahrein, avam por dificuldades financeiras. Sem ter como se livrar daquela situação, Aisha se viu preso e sem esperanças de um dia voltar para casa e para seus familiares.
Com o ar de meses, Mohammed ficou completamente sozinho, uma vez que a tripulação foi deixando o local. Ele, porém, não teve a mesma sorte e aria quatro anos de sua vida a bordo do cargueiro vendo outros navios entrarem e saírem pelo Canal de Suez.
Os momentos mais confortantes pelos quais ele ou nesse período foram as poucas vezes que chegou a ver o irmão, também marinheiro, ar em uma embarcação, mas sempre muito distante até mesmo para acenar. O único contato que tiveram, conforme declarou Aisha em entrevista à BBC, foi por meio do telefone.
Entretanto, tudo pareceu desmoronar quando, em agosto de 2018, encarou o falecimento da mãe, que era professora. "Considerei seriamente acabar com minha vida", revelou o sírio, quem estava com a saúde mental cada vez mais abalada.
Quanto mais o tempo ava, mais o marinheiro se sentia triste e impotente. Ele mencionou sobre a enorme angústia que era ar os dias e as noites no Aman: "Você não consegue ver nada. Não consegue ouvir nada. É como se você estivesse em um caixão". Porém, em março de 2020, um milagre aparentemente aconteceu.
Mohammed conta que uma tempestade tirou o Aman de seu ancoradouro, de modo que navegou ao longo de 8 km e acabou encalhando próximo da costa. Ele revelou ter ficado assustado, mas, logo em seguida, pensou ser obra de Deus, já que, naquele ponto, ele poderia nadar até a praia. E foi o que fez.
No dia 22 de abril de 2021, ele nadou, comprou alimentos e encontrou um local para recarregar seu celular. Finalizava-se, assim, a saga de sofrimento do sírio que foi feito prisioneiro em seu instrumento de trabalho.
A empresa proprietária do MV Aman, Tylos Shipping and Marine Services, declarou à BBC que tentou ajudar o rapaz, porém sem sucesso.
O advogado Mohamed Arrachedi, da Federação Internacional dos Trabalhadores em Transporte, que assumiu o caso em dezembro do ano ado, declara que este é o momento de todos refletirem sobre os abusos marítimos, já que há muitas outras histórias semelhantes à de Aisha.