Estrelado por Angelina Jolie, Maria Callas foi lançado nos cinembras brasileiros nesta quinta-feira, 16; conheça a história real
Publicado em 16/01/2025, às 18h00 - Atualizado em 17/01/2025, às 20h22
Nos cinemas, vem à tona a vida da lendária soprano Maria Callas na nova cinebiografia dirigida por Pablo Larraín, chamada "Maria Callas", já disponível ao redor do Brasil.
O filme se concentra nos últimos dias de Callas, uma das vozes mais influentes da ópera do século XX, enquanto ela, interpretada pela ilustre Angelina Jolie, se recolhe em Paris, enfrentando os altos e baixos de sua trajetória artística e pessoal.
Conhecida como "La Divina", Callas foi uma soprano grega nascida nos Estados Unidos que alcançou fama mundial na década de 1950, sendo creditada pelo renascimento do bel canto.
Com isso em mente, separamos 5 coisas que você deve saber sobre a história real que inspirou o longa-metragem.
Na realidade, seu nome é Maria Anna Cecilia Sophia Kalogeropoulos nasceu em 2 de dezembro de 1923, em Nova York, nos Estados Unidos, filha de imigrantes gregos que posteriormente simplificaram o sobrenome para "Callas".
Aos 13 anos, após a separação dos pais, mudou-se para Atenas com sua mãe e irmã, onde iniciou seus estudos musicais no Conservatório Nacional Grego. Aos 17 anos, fez sua estreia profissional, informa o site do Museu Maria Callas.
Callas rapidamente ganhou reconhecimento internacional ao se apresentar em palcos na Grécia, Itália, Londres e Estados Unidos. Em 1956, inaugurou a temporada da Metropolitan Opera em Nova Iorque no papel principal da ópera "Norma", sendo elogiada pela revista TIME como a "rainha da ópera mundial".
Em 1947, conheceu Giovanni Battista Meneghini, um industrialista italiano que se tornou seu gerente e marido em abril de 1949.
Com o tempo, ela sentiu que ele se tornara excessivamente controlador, informou o The New York Times em 1982. Como resultado, a separação do casal ocorreu em 1959. Callas acusou Meneghini de desviar seus bens para benefício próprio, revelaram cartas publicadas através da biografia escrita por Lyndsy Spence e lançada em 2021: "Cast a Diva: The Hidden Life of Maria Callas".
A relação conturbada entre eles foi amplamente discutida na mídia. Após o divórcio, Callas iniciou um romance com o magnata grego da navegação Aristotle Onassis em 1959. O relacionamento dos dois durou nove anos e gerou intenso escrutínio público, continua a People.
Callas conheceu Onassis em uma festa em 1957. Durante um cruzeiro no iate dele, dois anos depois, conforme artigo do The New York Times de 2000, eles começaram um affair. Mesmo ambos sendo casados na época, o envolvimento deles se tornou notório após o término dos casamentos respectivos.
No entanto, a relação ou por muitos altos e baixos até o casamento de Onassis com Jackie Kennedy, ex-primeira-dama dos EUA, em 1968.
A dor emocional provocada pela união dele com a ex-primeira-dama dos EUA afetou profundamente Callas. Ela sempre afirmou não ter arrependimentos sobre sua escolha por não ter se casado com Onassis.
No final da vida de Onassis, em 1975, Callas esteve ao seu lado no leito de morte; essa experiência foi devastadora para ela.
A relação familiar também era problemática para Callas. Ela frequentemente expressou ressentimentos em relação à mãe, Litsa.
A artista revelou sentir-se negligenciada quando comparada à irmã mais jovem. A artista afirmava que sua mãe explorava seu talento vocal desde cedo para sustentar a família.
Eu nunca a perdoarei por tirar minha infância", desabafou Callas à TIME. "Durante todos os anos em que eu deveria estar tocando e crescendo, eu estava cantando ou ganhando dinheiro".
Com o sucesso crescente na carreira musical, Litsa ou a vender histórias sobre a filha à imprensa, resultando em uma drástica ruptura entre as duas, informou o The Guardian em 2021.
A partir da década de 1960, a voz magnífica da soprano começou a apresentar declínios significativos; sua última apresentação aconteceu em Covent Garden em Londres em 1965. O motivo dessa perda vocal continua debatido entre os especialistas.
Uma possível explicação é a drástica perda de peso experimentada por Callas na década anterior; outros apontam para questões relacionadas à saúde debilitada.
Foi somente nos últimos anos que ela recebeu diagnóstico médico correto, informa o The Sydney Morning Herald: dermatomiosite - uma condição inflamatória rara que causa fraqueza muscular. Além disso, enfrentava dependência química após ser apresentada ao uso de sedativos.
Apesar do sucesso estrondoso, a falha na voz a levou a se afastar dos palcos. A última apresentação ocorreu em 1974 em Sapporo, Japão.
Nos últimos anos de vida, Callas retirou-se dos holofotes; faleceu no dia 16 de setembro de 1977, aos 53 anos, devido a um ataque cardíaco em seu apartamento em Paris. Ela foi cremada e suas cinzas foram espalhadas no Mar Egeu - um desejo expresso antes do falecimento.
