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Auschwitz em 3D: Réplica digital do campo nazista abre portas ao cinema

Projeto lançado em Cannes permite que cineastas usem versão virtual "historicamente precisa" do campo de concentração, antes inível à ficção

Gabriel Marin de Oliveira, sob supervisão de Éric Moreira Publicado em 16/05/2025, às 13h41

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Entrada do campo de concentração de Auschwitz - Getty Images
Entrada do campo de concentração de Auschwitz - Getty Images

Pela primeira vez em décadas, cineastas poderão ambientar filmes no campo de concentração de Auschwitz — ainda que virtualmente. O Memorial de Auschwitz-Birkenau lançou nesta quinta-feira, 15, durante o Festival de Cinema de Cannes, o projeto Picture from Auschwitz, uma réplica digital "historicamente precisa" do campo nazista onde cerca de 1,1 milhão de pessoas foram assassinadas.

O modelo foi construído com o uso de tecnologias de digitalização 3D de ponta, permitindo uma recriação fiel do local em seu estado atual, "até cada tijolo", segundo os organizadores. O objetivo é fornecer à indústria cinematográfica uma ferramenta rigorosa e respeitosa para representar o Holocausto com autenticidade, sem a necessidade de filmagens no terreno real do memorial — algo proibido para produções de ficção desde os anos 1980.

"A cada ano, mais pessoas nos procuram para filmar em Auschwitz por motivos históricos. É nossa responsabilidade garantir que esses pedidos possam ser atendidos com integridade e precisão", afirmou Wojciech Soczewica, diretor do Memorial de Auschwitz-Birkenau. Ele acrescentou que o modelo de licenciamento do projeto continua em discussão, mas que todas as taxas arrecadadas irão diretamente para o memorial, apoiando sua missão de preservação e educação.

Segundo o 'The Guardian', a segunda fase do projeto, que conta com um orçamento de € 1,5 milhão, incluirá a digitalização 3D do vizinho campo de Birkenau, 30 vezes maior que Auschwitz, além da recriação das câmaras de gás e crematórios destruídos pelos nazistas em 1944.

Debates

A proibição de filmagens ficcionais em Auschwitz sempre gerou debates. Filmes como 'A Lista de Schindler', de Steven Spielberg, 'A Vida é Bela', de Roberto Benigni, e 'O Filho de Saul', de László Nemes, tiveram que recorrer a locações alternativas.Spielberg, inclusive, teve o o negado para gravar cenas dentro do campo e precisou reconstruir parte do cenário em outro local.

A diretora polonesa Agnieszka Holland, que supervisiona o projeto Imagens de Auschwitz, defende a iniciativa como forma de manter viva a memória histórica: "Por muito tempo, o horror do Holocausto serviu como alerta. Mas o efeito vacinal evaporou. Estamos novamente em uma época perigosa, e precisamos garantir que essa história continue sendo contada".

Apesar do avanço tecnológico, a proposta não abre caminho ir para qualquer tipo de produção.Pawel Sawicki, porta-voz do memorial, destacou que o critério principal será sempre a precisão histórica. "Se o projeto distorce os fatos, desonra as vítimas ou busca apenas entretenimento, isso será um alerta vermelho para nós".

A discussão sobre os limites do uso do espaço virtual está apenas começando. Embora o gênero das produções ainda não tenha sido delimitado, Sawicki enfatiza que Auschwitz jamais deverá ser tratado como simples palco cinematográfico.

O projeto também tem o apoio de sobreviventes. Um dos conselheiros é o fotógrafo Ryszard Horowitz, de 86 anos, que ou por Auschwitz ainda criança. "Sou a favor de manter essa história viva e gosto da ideia de autenticidade", afirmou.