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O cineasta soviético e renomado documentarista Vladimir Shevchenko se tornou uma figura trágica na história do desastre de Chernobyl
Vladimir Shevchenko, um cineasta soviético e renomado documentarista, se tornou uma figura trágica na história do desastre de Chernobyl.
Nascido em Balta, Ucrânia, em 1929, ele estudou no Instituto Gerasimov de Cinematografia em Moscou e formou-se em 1967 como diretor de cinema.
Segundo a biografia de Shevchenko na IMDB, ele rapidamente construiu uma reputação como renomado cineasta de documentários, ganhando prêmios pela trilogia ‘Soviet Ukraine: Years of Struggle and Victories’ (1974-77).
Em abril de 1986, após a devastadora explosão no reator quatro da usina nuclear, Shevchenko foi um dos poucos a ter permissão para filmar dentro da zona de exclusão.
Na época, ele trabalhava para a televisão ucraniana, captou imagens inquietantes da limpeza pós-desastre e do ambiente mortal ao redor do reator. Sem saber o perigo que corria, ele subiu ao telhado do reator, onde registrou a terrível realidade da crise.
Infelizmente, a exposição intensa à radiação afetou a qualidade do filme, causando degradação e interferências. Shevchenko não percebeu de imediato que seu equipamento estava sendo contaminado pela radiação.
A radiação também estava afetando seu próprio corpo, embora ele não soubesse disso até mais tarde. Um ano após o desastre, Shevchenko faleceu devido a uma síndrome aguda de radiação, conforme relatado no jornal soviético regional ‘Weekly Nedelya’ em março de 1987.
Sua morte não foi amplamente reconhecida na época, e seu nome não figura nas listas oficiais de vítimas. No entanto, seu trabalho continua a ser um poderoso testemunho dos sacrifícios feitos por aqueles que arriscaram suas vidas para documentar a tragédia.
O filme de Shevchenko, "Chernobyl: Chronicle of Difficult Weeks", oferece uma visão única e perturbadora dos esforços de limpeza e da realidade brutal enfrentada pelos trabalhadores. As imagens mostram não apenas a luta contra a radiação, mas também o impacto pessoal que o desastre teve sobre aqueles que estiveram na linha de frente.
Trinta e três anos após o desastre, o trabalho de Shevchenko permanece como um lembrete sombrio e vital do que realmente aconteceu em Chernobyl e da coragem daqueles que, como ele, enfrentaram riscos inimagináveis para nos mostrar a verdade.
O arqueólogo australiano Robert Maxwell, que trabalhou em Chernobyl em duas expedições de campo, disse ao site news.com.au que considera os registros "assustadores".
Sem dúvida, é uma das filmagens mais assustadoras que já vi na minha vida e, sendo um estudioso não apenas de questões nucleares, mas também de decadência urbana e Hiroshima e Fukushima — além de muitos vídeos de fantasmas alegados — o filme de Shevchenko é facilmente o material mais perturbador que já vi”, afirmou Maxwell ao site.
"Poucas pessoas no Ocidente moderno estão cientes de sua contribuição significativa para nossa compreensão histórica e arqueológica do que realmente aconteceu em 1986. Sem suas filmagens da liquidação de Pripyat e dos esforços de limpeza ao redor da usina, não teríamos esse material primário em primeira mão para consultar. Simplesmente não existiria”, completou.